terça-feira, maio 30, 2006

Porque sei que estás aí e me escutas na escuridão...

Porque sei que estás aí....

O beijo.... de José Luís Peixoto


Os teus lábios parados eram a noite, o abismo
e o silêncio das ondas paradas de encontro às
rochas, o teu rosto dentro das minhas mãos.
Os meus dedos sobre os teus lábios e a ternura,
como o horizonte, debaixo dos meus dedos.
Os meus lábios a aproximarem-se dos teus lábios.
Os teus olhos entreabertos, os teus olhos e os
teus lábios a aproximarem-se dos meus lábios
a aproximarem-se dos teus lábios a aproximarem-se
dos meus lábios, teus lábios.


Acredito que existem coisas que podem durar para sempre, e mesmo que seja apenas no nosso mundinho, na nossa imaginação e coração. Podemos amar alguém e apenas ficarmos deliciados a olhar para essa pessoa, quando apenas podemos ter o seu olhar...
Não se trata de nos contentarmos com pouco, aliás eu não sou bem desse género de pessoa, quero sempre TUDO e não me contento com pouco, procuro sempre o todo...mas em determinados momentos da nossa existência em que o sinal de stop aparece de forma evidente.
Life goes on...mas há coisas que nunca morrem, e se hoje estamos juntos, amanhã podemos afastar-nos, por quanto tempo? Não sei...Mas existe sempre a remota hipótese de nos voltarmos a cruzar e serão essas circunstâncias que vão fazer a diferença, que nos vão fazer a diferença.
Já me encontrei, afastei e reencontrei de tantas pessoas importantes na minha vida, mas os reencontros abalam sempre as nossas convicções, a nossa fé e as nossas certezas que queremos, desesperadamente, que os outros acreditem. Mas, quando somos nós os primeiros a vacilar e a colocar tudo em causa, como podemos esperar que alguém acredite?

Our love is gonna
Live forever....de Jorge Reis-Sá

a partir da música dos Spain

e se o nosso amor vivesse para sempre, que seria de nós então?
Sabes como há no presente uma ânsia de um futuro imperscrutável
que nos permite o sonho e a passagem diária das horas. Mas, e se
soubéssemos que era para sempre, meu amor, que faríamos com ele?
Separar-nos-íamos desde já por sabermos que o sempre nos juntaria
novamente? Cada um para seu lado, então. Eu perdido na foz do
Douro imaginando o barco que, vindo da Afurada, te traria para
os meus braços e tu no cais interrompendo a partida do cruzeiro para
o Pocinho por me pensares no seu interior. É na separação que nos
encontramos, meu amor. Se o nosso amor para sempre , com
a certeza que só Deus sabe, o nosso amor terminava hoje como nunca

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