domingo, junho 25, 2006

quero...quero...mas não quero. Será que podes repetir? Não ouvi, não vi e não sei do que falas...

Quero..de Carlos Drummond de Andrade


Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.

No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amo amo amo amo amo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.

Hoje regressei...preferia não o ter feito...estava tão bem como estava...
Voltei ao stress, aos processos, relatórios e afins (vivia bem sem eles)...parece que nem me afastei...nada de bom aconteceu...
O que vale é que reencontrei os meus amigos imaginários e a minha linda flor que nasceu no cabo da roca...
Tenho pensado muito em tentar ser feliz por aquelas bandas, mas é mais forte do que eu, Nunca estou satisfeita com o que tenho. Quero sempre mais...Qual é o problema? Quando coisas boas aparecem e acontecem nem me dou conta, já estou a olhar para o próximo desafio. Quando páro e me dou conta, já perdi tudo aquilo que conquistei com o meu medo desenfreado de perder e de errar.

Vou dormir

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